É preciso por breque!

Sete Ilhas. Seti Ilha. Setilha. 

Assim era chamado o aglomerado de casas e pequena igreja em que o padre rezaria naquela noite de sábado dedicada à padroeira.

Estava ali desde cedo, trazido por um dos fiéis. A viagem o deixara assustado pois o freio da charrete havia falhado e o cavalo desembestara. Não fosse a perícia do condutor talvez não estivesse ali agora.

A quermesse durara todo o dia, regada a cerveja morna – gelo, artigo de luxo – mas era chegada a hora de trabalhar e padre Chico, desanimado, encaminhou-se para o confessionário.

Depois da comida e bebida fartas, a tarde calorenta, a abafada batina preta, o murmúrio das pessoas – de onde surgiram tantas? – desfiando um rosário interminável de pecados em palavras que nem sempre conseguia entender, foram funcionando como sonífero.

No habitáculo escuro o alemão acomodou o corpanzil o mais confortavelmente possível e… caiu no sono!

De repente acordou, assustado. Do lado de fora, uma garota ajoelhada, olhos esbugalhados, o encarava através da treliça.

_ “Ô, filha! Faz tempo que tá aí?

_ “Faz quase uma hora seu padre,  e o senhor não para de gritar “É preciso por breque! É preciso por breque!”