Maria do Getúlio. Assim era conhecida aquela mulher.
Não era Maria, ou Maria Parteira. Era Maria do Getúlio. Getúlio era seu marido e, até hoje, não sei o que fazia, no que trabalhava.
Mas Maria, sim: Maria era parteira.
E como era importante essa Maria!
Trazia ao mundo quase todos os bebês. O médico só era chamado em último caso, quando o parto era muito difícil. E às vezes, é claro, não havia como chamar o médico e era ela, a Maria do Getúlio, que enfrentava o problema.
E não foi diferente naquele dia.
Correu para atender a moça em trabalho de parto. Era o quarto filho, mas parecia ser o primeiro, tal a dificuldade.
Maria do Getúlio tentou de tudo.
Empurrou a criança.
Puxou a criança.

E nada!
Quando viu que mãe e filho iriam morrer, passou a arrancar a criança aos pedaços.
Matou a criança para salvar a mãe.
Usou ferros.
Mas… não conseguiu!
E, naquele dia, nas suas mãos, pelas quais tantos bebês haviam nascido e que tantas mães haviam salvado, morreu a própria filha.